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Pomo D'oro - Tomate

“No Velho Mundo, o tomate entrou na alimentação, a principio, com uma nobre finalidade: era considerado garantidamente afrodisíaco. A tal ponto que os franceses, carinhosamente, apelidaram-no de pomme d’amour, quer dizer, fruto do amor. Mais discretos, os italianos preferiram chamá-lo de pomo d’oro, fruto de ouro.

De ouro ou do amor, tanto faz. O fato é que, a principio, o tomate – como, em geral, todas as novidades que os navegadores levavam das Américas para a Europa – foi visto com certa desconfiança, imaginando-se que, ao lado de seus poderes mágicos, pudesse ao mesmo tempo transmitir doenças.

Os italianos encarregaram-se de desfazer essas suspeitas. Cultivaram com capricho o tomate e descobriram suas virtudes alimentícias. Deram lhe participação de honra em grande parte de seus pratos, colorindo-os de vermelho e de mais sabor.

Foi assim que – louvados sejam os italianos! – o mundo descobriu os simples e eficientíssimos segredos do preparo de um suculento molho de tomates: escolher frutos maduros e já quase moles, destacar-lhes a pele por meio de um mergulho em água fervente, cozer os pedaços do tomate até que se desmanchem e atinja a consistência de molho. Ou, por um outro sistema.

Não importa qual dos métodos seja o escolhido. O fundamental, o segredo maior, está no cozimento. Deve durar no mínimo duas horas em panela comum e fogo muito brando. É lento, mas vale a pena.

Pois o mundo todo aprendeu com os italianos que na cozinha, como na vida, a pressa é inimiga da perfeição.”

Revista Receitas de Baldaracci.

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